A atual situação dos meus empréstimos para empresas (P2P)

Muitos visitantes do blog me perguntam qual a atual situação dos meus empréstimos Peer to Peer.
Caso você seja um novo visitante, veja aqui que tipo de investimento é este.

O cenário atual é o seguinte: emprestei dinheiro para seis empresas.
Totalizando R$ 3.500,00, a juros anuais (em média) de 25%a.a.
Apesar de parecerem muito altos, lembrem-se que é uma operação de alto risco, onde há a real possibilidade de atrasarem as parcelas e até mesmo de calote.

Como você pode ver na tabela abaixo, meu primeiro empréstimo (R$1.000) foi em Julho de 2018.
E meu último ocorreu em Dezembro de 2019 (R$ 500).

Tenho atualmente duas empresas com parcelas em atraso. A empresa com mais atraso, está devendo as parcelas de março, abril, maio e junho. Esta empresa costuma atrasar os pagamentos, mas sempre paga com juros e multa (o que eu, particularmente, gosto bastante).
A outra empresa em atraso, atrasou apenas alguns dias, portanto é seu primeiro atraso e estou ansioso para receber meus juros e multa.

Este tipo de empréstimo, como escrevi acima, é de alto risco.
Eu acredito que só é interessante para quem tiver uma grana sobrando para alto risco (no máximo 1% ou 2% do patrimônio), que pode jogar aí e perder de vista.
E também acho importante entender um pouco de contabilidade gerencial, pois terá acesso aos indicadores da empresa e poderá fazer uma análise extra por conta própria (A plataforma também faz uma análise bem completa).

Você pode ver abaixo, alguns dados de uma empresa que está com captação aberta neste momento, na plataforma.

É possível até mesmo analisar a situação de cada sócio (ocultei o nome neste caso):

Eu gosto muito de analisar a situação dos sócios, é possível deduzir uma série de informações baseadas nisso.

Dois anos depois de investir meu primeiro real em P2P, acho que valeu a pena, especialmente do ponto de vista da experiência. Do ponto de vista puramente do investimento x retorno, eu tive bons retornos. Porém, para muitos, ter este alto risco na carteira pode ser bem estressante.

Eu, particularmente, não ligo. Determinei um valor (R$ 2.500) máximo de investimento nisso, e distribuí em 6 empresas. Até hoje não tive calote, mas tiveram alguns atrasos (sempre recebo com multa e juros quando atrasam). A sensação é de ser uma espécie de “pequeno banco” hehe. Já que acabo sempre recebendo as parcelas.

Se eu vou continuar investindo em P2P? Dificilmente. Pois é algo que sai um pouco da minha administração financeira, acabo esquecendo as datas que caem os pagamentos, e o dinheiro fica semanas parado lá, não rendendo nada (e olha que recebo um alerta sempre que as empresas pagam). Mas… Prefiro seguir daqui pra frente investindo em ações, mandando dinheiro pra fora, e tudo mais.

Não vou antecipar meus recebimentos (é possível pela plataforma, através do pagamento de taxas). Irei receber cada parcela normalmente, mas – a princípio – vou parar de fazer novos investimentos. Esta decisão se dá puramente por causa da crise econômica que prevejo que viveremos nos próximos meses. Este cenário vai provocar impacto negativo na solvência das pequenas empresas, que provavelmente irão adiar os pagamentos aos seus credores, especialmente os menores, como eu.

Logo, seguirei investindo no mercado financeiro das formas mais tradicionais.

Achei curioso que 80% dos blogueiros europeus que eu sigo, investirem também nesta modalidade, já bem difundida lá na europa, mas ainda muito incipiente no Brasil.

Grande abraço!

13 comentários em “A atual situação dos meus empréstimos para empresas (P2P)”

  1. Olá Stark!

    Bem interessante essa modalidade de investimentos. Acredito que, se fosse há uns 5 anos, eu colocaria uma parte de minha alocação nela. Porém, como hoje estou com viés de simplificação do portfólio, não penso em doar meu tempo nisso.

    Abraço e sucesso!

    Responder
  2. Interessantíssimo, lembro da época que o governo mudou a legislação sobre empréstimos para permitir que pessoas emprestassem para outras pessoas, mas não pensava que pudesse evoluir dessa forma.

    É uma opção que pretendo analisar e conhecer a fundo, porém pelo menos pelos próximos 12 meses acho que vou continuar de fora. Os retornos são ótimos, mas o risco tá bem alto no momento.

    Abraços,
    Pi.
    http://poupadordointerior.blogspot.com/

    Responder
  3. Fala Stark!

    Muito interessante, a plataforma tem algum sistema que assegura o investidor contra os “calotes”?

    Cheguei a pesquisar mas o conteúdo ainda é muito vago no brasil, parece que a cultura da agiotagem atrapalha o P2P no Brasil, isso acontece muito no interior, tentei mostrar o serviço para alguns empreeendedores amigos da família e todos preferiam ou o banco ou algum agiota (PUTZ).

    Abraço, Math – IR FINANÇAS.

    Responder
    • Fala Math!
      Então, existe um sistema de cobrança, que inclui até mesmo recursos jurídicos contra a empresa devedora. Portanto, em última instância, os investidores podem receber a grana na justiça (o que pode levar alguns anos, no Brasil).
      Ainda bem que não cheguei a estas vias, de fato.
      O P2P ainda é novo no Brasil, acredito que será mais forte no futuro, como é na Europa.
      Acho que os empreendedores que você falou, somente tem receio do desconhecido. Se conhecerem a plataforma, verão que é bem tranquilo para o empresário. Mas o comitê da plataforma precisa aprovar.
      Grande abraço e obrigado pela visita!

      Responder
  4. Fala Stark, só me tira uma dúvida, pq eu ia investir em P2P a uns 3 anos atrás e não quis pq vi pouco retorno para alto risco. Essa que você está investindo, no caso, 25% a.a., são juros compostos ou simples?

    Há 3 anos quando eu estava avaliando as plataformas todas divulgavam o juros com aparência “alta” mas na verdade eram nominalmente juros simples. Isso reduzia muito a rentabilidade final e naquela época eu julguei que não valia a pena. Se agora for juros composto então está valendo bem a pena.

    Responder
    • Fala Escola, tudo bem?
      Esta rentabilidade ainda está sem o imposto de 15% sobre os ganhos.
      Logo, são rentabilidades brutas (o que também pode iludir o investidor desavisado).
      A própria plataforma apura o imposto na hora do pagamento.
      Outro ponto, é que os juros são simples. Ou seja, se você investe R$ 500 em uma operação de 25% ao ano, em doze parcelas, ao final de um ano terá recebido os R$ 625 que, apurando impostos, serão R$ 606,25.
      Os juros não são compostos pois não há reinvestimento automático.
      O dinheiro cai na sua conta da plataforma. Porém, você pode pegar o dinheiro das parcelas e investir em outras empresas, fazendo os juros serem reinvestidos mês a mês.
      Eu fiz isso, até mencionei no post que isso me gerava um certo “Trabalho”, tendo de abrir a plataforma pra ver se caiu grana, pra reinvestir.
      Eu só comecei a retirar dinheiro agora, jogando pra conta da corretora e aplicando em renda variável.
      A análise de risco x retorno tem que ser do apetite de cada um. No cenário de alta da bolsa que vivemos, talvez este tipo de investimento tenha ficado um pouco “obsoleto”. Mas em tempos de juros extremamente baixos, talvez seja uma opção para alguns.
      Grande abraço.

      Responder
    • Oi Gustavo, tudo bem?
      Rapaz, não conhecia este site não!
      A maioria das plataformas P2P europeias que encontrei, infelizmente não me permitiram – como brasileiro – abrir conta nelas.
      Não sei se essa permitiria, mas se for o caso, talvez valha a pena estudar e entender como funciona.
      Eu parei de fazer novos aportes em P2P há alguns meses, agora estou só colhendo os rendimentos.
      P2P é um investimento de altíssimo risco, e num cenário de crise como a pandemia, a possibilidade de levar calote é bem grande.
      Se bem que, graças a Deus, estou com todos meus empréstimos sendo pagos em dia!
      Grande abraço e obrigado pela visita.

      Responder

Deixe um comentário