5 sinais de que sua estratégia para independência financeira pode estar errada

Existem alguns sinais – muitas vezes ignorados – de que a sua estratégia para independência financeira pode estar dando errado.

1. Aumento nos custos mensais com o avanço da idade;
Muita gente desconsidera o fato de que, quando se aposentar, terá alguns custos maiores do que possui hoje.
Um dos maiores vilões é o custo com a saúde.
Quanto mais velhos ficamos, mais ficamos dependentes de remédios, consultas médicas, cirurgias, exames e etc.
Com sorte, teremos poucos problemas de saúde, mas como não podemos prever o futuro, acabaremos gastando bem mais do que atualmente, com um bom plano de saúde.
Minha sugestão é que faça simulações com diversas idades nos sites de planos de saúde. Especialmente a partir da idade que você atingir a independência financeira. Este é um dos pontos mais negligenciados pelas pessoas, pois muitas não sabem o impacto que este fator pode gerar no patrimônio no futuro.
Conheço diversas pessoas de idade avançada que usam praticamente toda aposentadoria para o custeio da saúde, com planos, remédios, internações, adaptações residenciais, cuidadores, etc. Muito cuidado é pouco na hora de fazer seu planejamento de longo prazo.

2. Perda da rentabilidade para inflação;
Muitos investidores desconhecem o poder da inflação.
Acreditar que o R$ 1.000.000,00 que você vislumbra hoje, irá comprar as mesmas coisas daqui a quarenta anos, é uma tremenda tolice e vai te levar para a bancarrota.
Se a rentabilidade dos seus investimentos vem perdendo valor para a inflação, este é um claro sinal de que sua estratégia está dando errado. Simplesmente não faz sentido acumular patrimônio e deixar que ele seja corroído pela inflação.
Aqui, vale anexar um ponto adicional. Muita gente negligencia o imposto de renda. Após apurar o imposto a ser pago, muitos investimentos acabam perdendo para a inflação. Neste ponto, é muito importante diversificar a carteira, a fim de ter alguns ativos que se “movimentam” junto à inflação (e que não sejam necessariamente indexados à ela).
Aqui vale investir em alguns ativos de renda fixa, alguns fundos imobiliários e também ativos de varejo, que é um segmento altamente dinâmico e que responde rápido à inflação.

3. Concentração em poucas ou uma única classe de ativos;
Há uma confusão generalizada entre os pequenos investidores, quando o assunto é diversificação.
Muitos acreditam que só é possível prosperar no mercado financeiro, ao concentrar em empresas com potencial de crescimento. Ou acreditam que – por serem conservadores – estar 100% na renda fixa é motivo de segurança.
E esquecem que só a boa diversificação protege. Estar totalmente inserido em renda fixa, é extremamente perigoso, especialmente se tiver todas as fichas em ativos atrelados à inflação, e entrar em um momento econômico como o nosso hoje (de redução constante de juros).
Diversificar as classes de ativos é ter alguns ativos de renda fixa, algumas ações de empresas (de segmentos distintos), alguns fundos imobiliários e também alguns ativos no exterior. Não há certo e errado quando se fala deste assunto. Mas deve existir uma estratégia por trás destas escolhas.
Se você gosta do mercado financeiro e tem tempo (e interesse) para investir acompanhando as empresas, talvez valha a pena ter uma diversificação mais ampla e detalhada. Para outras pessoas, esses temas são detestáveis (talvez não pra você, que está lendo este blog) e preferem não “perder” muito tempo com isso. Nestes casos, diversificar demais pode ser até mesmo um problema. Imagine ter mais de 40 ativos na carteira e não investir tempo para acompanhar os rumos das empresas que é sócio.

Exemplo de diversificação de classe de ativos (Não é recomendação). App: www.elevedigital.com.br

 

4. Rentabilidade negativa no mês;
Perder rentabilidade é uma das formas mais seguras de fracassar no planejamento de longo prazo.
Apesar de muitos “gurus” falarem o contrário, que rentabilidade não importa…
Você não conseguirá atingir seus objetivos de independência financeira, se tiver prejuízos constantes com seu patrimônio.
Entenda bem: é normal ter prejuízo em alguns meses (variação negativa de patrimônio).
Mas não considere normal ter prejuízo na maior parte do tempo.
E aqui faço um adendo: não é só a rentabilidade negativa que é um sinal ruim. Outro sinal importante, é observar benchmarks e perceber que vem perdendo consistentemente para os índices básicos do mercado, como o iBovespa, IPCA, entre outros.
Também não é preciso ser um verdadeiro Warren Buffet para ter sucesso no mercado financeiro.
Mas se por repetidos meses, seu resultado é pior do que os referenciais de mercado, há algum problema na sua estratégia e ela precisa ser revista. Isso não pode ser negligenciado.

5. Falta de acompanhamento da carteira.
Muita gente começou a investir nos últimos meses, é só observar as notícias falando sobre os recordes de investidores na bolsa. Muitos sem ter conhecimento adequado de finanças, acabam sem acompanhar suas carteiras…
Outras pessoas não gostam muito de tocar no assunto, ou não são organizadas o suficiente para terem planilhas ou aplicativos próprios para isso.
Muitas dessas pessoas acabam virando reféns de suas escolhas.
Colocam dinheiro num lugar olhando recomendação de alguém, deixam o dinheiro parado lá e olham de vez em quando pra ver se está “tudo certo”. Este tipo de acompanhamento não funciona e é um sinal de que você pode estar indo para o caminho errado.
Aqui eu tenho duas sugestões. A primeira, é que você vá no topo deste blog e veja outros blogs recomendados. Acompanhe estes blogs. São de pessoas de verdade. Mesmo que muitas não se identifiquem publicamente, é possível ver que são pessoas que estão “no campo de batalha”, ou seja, utilizando seu próprio dinheiro para fazer escolhas. Acompanhá-las é aprender um pouco todo dia, ou toda semana.
A outra sugestão é que você faça verdadeiramente um acompanhamento de carteira.
Quem tem facilidade, acaba utilizando planilhas próprias para acompanhamento, registrando suas ordens e seus resultados.
Eu investi bastante tempo para desenvolver um aplicativo próprio para meu acompanhamento, com algumas automações que eu achava importantes, especialmente de balanceamento de carteira. Que é um robozinho que acompanha diariamente a evolução dos seus ativos, e te mostra qual ativo está “ficando pra trás” em relação às metas que você escolheu.
Isso faz com que você compre mais deste ativo, reequilibrando a carteira e, no longo prazo, acaba comprando muitos ativos com preços “descontados”.
Pois veja bem, se você tem 10 boas empresas na carteira, escolhidas a dedo, acreditando no sucesso de longo prazo, e cada uma custou R$ 1.000,00, você terá investido R$ 10.000 nestas ações. Imagine que uma destas empresas tenha uma retração de 10% em seu preço, onde suas cotas que valiam R$ 1.000,00 passaram a valer R$ 900,00.
Na hora de comprar ações, você vai olhar para sua carteira e comprar mais ações desta empresa, afinal, ela atende aos seus critérios de uma boa empresa, e ficou um pouco pra trás no balanceamento. Você vai comprar cotas com “10% de desconto” em relação ao preço que comprou originalmente.
Este efeito, no longo prazo, irá fazer com que você consiga manter sua diversificação bem equilibrada, aproveitando alguns momentos de baixo preço de algumas empresas para aumentar sua quantidade de ações (e ganhar mais dividendos, bonificações, juros sob capital próprio ou mais capital quando a empresa retomar seu crescimento).
É claro que essa estratégia sozinha não funciona. Pois o acompanhamento contínuo é importante, justamente para observar se essa empresa além de perder preço, perdeu valor. E isso você só consegue observar se fizer um bom acompanhamento da sua carteira, ao invés de deixar o dinheiro lá parado.

Caso queira conhecer meu software de acompanhamento, visite o site www.elevedigital.com.br.

Espero que estas dicas tenham lhe ajudado de alguma forma.

Até a próxima!

8 comentários em “5 sinais de que sua estratégia para independência financeira pode estar errada”

  1. ACho que faltou assunto para escrever a #4 e #5. Por favor né, rentabilidade negativa em algum mês é a coisa mais normal do mundo, até renda fixa TS fechou negativo em setembro, quiça a bolsa.
    #5 tbm, muitos gostam de investimento e acompanhar, mas a imensa maioria tem algo melhor a fazer do que ficar com o HB aberto ou mesmo atualizando plan toda semana. Como diz o Paranhos, para isso estão ai os ETFs amplos, compre um e esqueça e vá fazer o que vc gosta.

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    • Oi Renato! Obrigado pela visita.
      Com certeza é normal rentabilidade negativa, as vezes até por alguns meses.
      Mas quando falamos em independência financeira, estamos falando de uma jornada que leva muitos anos.
      Não podemos considerar normal ter rentabilidade negativa na maior parte do tempo, pelo menos é minha opinião.
      Mas respeito a sua, e também acompanho o Paranhos. Apesar de não gostar de ETFs, é uma ótima escolha para quem não curte acompanhar os investimentos. Quando mencionei sobre “acompanhar”, definitivamente não foi pra falar sobre ficar com HB aberto (que pra mim é jogar a vida fora). Mas sim, acompanhar ao longo dos meses os resultados das empresas, se os motivos que fizeram você escolher as empresas ainda se justificam).
      Mas obrigado pela sua opinião, essas discussões são ricas para elucidar melhor o que escrevi.
      Um abraço!

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  2. Olá, SAC, tudo na paz? Espero que sim!!

    Então, acho que você tá evoluindo até bem, se a gente levar em consideração o fato de que estamos em pandemia, ne? rsrs

    Gostei muito do seu post e acho, diferentemente do Renato Bonilha, o fato de você ter um mês com rentabilidade negativa pode ser um sinal sim… principalmente se todos estiverem ganhando e somente você estiver perdendo.

    Eu voltei de viagem agora em navio e postei agora há pouco e gostaria de uma visita sua com sua opinião acerca da minha compra do meu apartamento. Também pergunto algumas coisas como eu ser o novo organizador do Ranking da FinansFera e tal… posso contar com sua opinião?

    Segue o link: http://www.intendentefrugal.com/2020/10/comprei-meu-apartamento-e-conto-como.html

    Um forte abraço, meu amigo!

    IF

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  3. Muito bom, Stark!

    Gostei especialmente da diversificação de ativos e acrescento: o rebalanceamento. Ele é essencial para a estratégia dar certo.

    Sobre o item 2, é legal cada investidor fazer o seu próprio benchmark, pois CDI não rola mais. Eu uso o IPCA + 5%, justamente para poder mensurar e comparar corretamente a rentabilidade da carteira.

    Abração e bom final de semana!

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