Fundos Imobiliários de Shopping na Pandemia (HGBS11, VISC11, ABCP11 e outros) e a Loucura pelo Consumo

Este ano de 2020 não é um ano para amadores.

Empreendedores, investidores, funcionários… Todos estão passando por desafios grandes neste cenário de pandemia.

Eu praticamente não escrevi nada a respeito deste assunto ultimamente, por uma decisão meramente pessoal.

Acho que os nervos andam à flor da pele para todos os lados, estamos vivendo em um Brasil completamente polarizado. Ou você odeia quem quer sair às ruas, ou odeia quem quer ficar em casa. Em algum momento da história do Brasil, alguém decidiu que ou você está de um lado ou está do outro, e isso é bem ruim.

Mas, como o objetivo do post não é falar de polarização, mas sim de fundos imobiliários (fiis) de shoppings, rs, me deixe voltar ao tema.

Como talvez você saiba, eu tenho um aplicativo de acompanhamento de investimentos (www.elevedigital.com.br), e como preciso acompanhar, atualizar, programar e trabalhar em melhorias diariamente, acabo tendo de “analisar” minha carteira de investimentos muito mais do que o normal de antes (que fazia uma vez por mês ou a cada bimestre).

E dentre as minhas análises, me vi fazendo uma reflexão sobre minha grande posição em Shoppings.

Você pode ver na imagem acima, que possuo 24,8% da carteira em fundos imobiliários focados em shoppings.
E essa posição só não é maior, por que obviamente os fundos de shopping sofreram grande queda na pandemia.

Vejam por exemplo, o Fii HGBS11 que era a maior participação da minha carteira.

No início de 2020, o HGBS11 estava precificado entre R$ 280 e R$ 300, e agora navega entre R$ 200 e R$ 220.

Se fosse uma questão meramente de “precificação”, talvez fosse uma grande oportunidade para comprar mais. Mas, como sabemos, geralmente investidores de Fiis estão preocupados com os rendimentos do Fii. Veja na tabela abaixo, como se comportaram os rendimentos do HGBS11 este ano.

Uma queda elástica!

Uma rentabilidade que foi de aproximadamente 0,48% a.m. desceu ladeira abaixo para quase 0,10% a.m..

É nestas horas que a maioria dos pequenos investidores abre mão dos seus papéis, e acaba jogando o preço do ativo ainda mais para o fundo.

Normalmente, eu não cogitaria abrir mão destas posições (como o HGBS11, VISC11, ABCP11), mas o cenário de pandemia joga reflexões enormes sobre o comportamento do consumidor no mundo.

Será que os lojistas conseguirão se recuperar de toda a queda que sofreram com shoppings fechados?

Eu experimentei ir à dois shoppings próximos da minha região. Apesar de estarem funcionando quase que “normalmente” (exceto pelos protocolos de saúde e horários reduzidos), existem dezenas de lojas vazias. Empreendedores que não conseguiram se manter durante todo este período, ou optaram estrategicamente por outros canais de venda.

Esta opção estratégica também me alerta. Um franqueado de uma chocolateria, me disse que precisou vender todo seu estoque por whatsapp e iFood, pois o shopping no meio da pandemia decidiu desligar o ar condicionado para cortar custos. Ele vendeu todo estoque rapidamente e reinventou seu negócio.

Agora que este franqueado “percebeu” o poder dos outros canais de venda, será que ainda terá interesse em desembolsar uma grande quantia para apostar em um ponto físico no shopping?
Eu não acho que os shoppings vão morrer. Pelo contrário. Acho que no pós-pandemia, as pessoas estarão cada vez mais sedentas por consumo, e por um consumo que tenha um viés de encontro “social”, depois de toda esta quarentena. Shoppings serão um cenário comum e bastante visitados.

Se você tem dúvidas de que as pessoas estão “desesperadas” por consumir, dêem uma olhada nesta matéria da CNN de ontem: pessoas pagaram $ 800 para voar de Sidney para Sidney, somente para ficar dentro de um avião por 7 horas voando e “resgatarem” aquela sensação deliciosa de viajar. rsrs.

Então, neste momento, decido seguir mantendo minhas posições.

E você? Tem Fiis de shoppings? O que pensa sobre tudo isso?

Stark.

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