5 fatores pouco conhecidos que podem afetar seu futuro financeiro

Neste post vou levantar algumas reflexões importantes que todo pequeno investidor deve levar em consideração. Tanto na fase de acumulação de patrimônio, quanto na fase de desfrute da independência financeira. A ideia aqui não é esmiuçar detalhadamente todos estes cinco fatores. Mas vou explicar no geral o risco real que cada um apresenta para nosso patrimônio, com intuito de provocar em você o interesse de pesquisar mais sobre estes assuntos.

Alguns são conhecidos, mas geralmente são relevados pela maioria das pessoas.

Inflação
Este talvez seja o risco mais conhecido de todo investidor, mas muitas vezes negligenciado.
Muitos se apegam somente aos percentuais de rentabilidade bruta da carteira, se esquecendo que parte desta rentabilidade é resultado da inflação no período.
A maioria dos leitores deste blog mora no Brasil, um país que viveu nos seus últimos anos, mares revoltos neste sentido. A inflação é o inimigo fantasma do patrimônio. Ele é extremamente silencioso e letal. Ter uma rentabilidade anual de 11% parece fantástico quando olhamos somente para este número, mas se torna algo desastroso em um cenário de inflação de 12% no ano.
Nenhum investidor deve negligenciar a inflação, mas é só olhar pelos fóruns da internet que você verá diversos pequenos investidores comemorando rentabilidades brutas bem próximas da inflação.
Como se proteger da inflação: Existem diversos ativos que possuem rentabilidade atrelada à inflação, especialmente na renda fixa. Esses, a meu ver, são os maiores defensores do patrimônio em relação à inflação. Ainda assim, acredito que um patrimônio bem diversificado consegue combater este adversário de forma satisfatória. É muito importante ter ações de empresas (lembre-se que ter ações de uma empresa, é acreditar que aquela equipe é capaz de vencer os obstáculos do mercado, e um deles é a inflação).

 

Risco Cambial
Esse é outro adversário silencioso do patrimônio.
Imagine que você acumulou 1 milhão de reais e decide viver dos rendimentos deste patrimônio. Vamos imaginar uma taxa de rendimentos real de 0,50% ao mês (R$ 5.000,00).
Pouca gente se preocupa com a variação do Dólar em relação ao Real, por exemplo.
Porém, creio que a maioria destas pessoas não entende que a maioria dos produtos e serviços que consumimos, tem parte de sua origem dolarizada. Olhe agora mesmo pra você, está lendo isso agora em um dispositivo eletrônico que certamente tem praticamente todos os componentes produzidos em dólar. Talvez as roupas que esteja vestindo também. Imagine todo nosso complexo industrial, as peças utilizadas, os materiais. O Brasil é um país extremamente dependente de outros. A desvalorização do Real é um problema real e muito mais presente do que você imagina.
Como se proteger do risco cambial: existem também muitas alternativas interessantes disponíveis hoje para o investidor de pequeno porte. Você pode comprar ações no exterior diretamente. Entenda um pouco mais aqui neste outro post. Existe também a possibilidade de investir em ETFs nacionais atrelados ao dólar, como o IVVB11, por exemplo, que é atrelado ao indicador que representa as 500 maiores empresas norte-americanas. Também há a opção de adquirir BDR`s no Brasil, que são certificados de ações norte-americanas, porém ainda é um pouco restrito ao investidor qualificado (investidor que possui mais de 1 milhão de reais em ativos financeiros), que teoricamente tem maior conhecimento dos riscos envolvidos. Há uma possibilidade da legislação brasileira flexibilizar este tipo de investimento para todos os investidores brasileiros e, saindo esta possibilidade, certamente vou postar por aqui.

 

Aspectos Políticos
Estes são um pouco mais nebulosos e menos previsíveis, porém tão poderosos quanto os inimigos anteriores. Os aspectos políticos podem até mesmo influenciar nos outros, como a inflação e a variação cambial.
Imagine algumas hipóteses a seguir:
– Fechamento total das fronteiras para privilegiar a indústria nacional;
– Bloqueio das contas-poupança (ativo com maior volume financeiro no Brasil);
– Aumento dos impostos de importação para inibir o comércio internacional;
– Manipulação das taxas de juros para controlar a inflação;
– Novos tributos incidentes sobre o patrimônio e/ou dividendos;
Veja que utilizei alguns exemplos reais, que aconteceram nos últimos anos e outros que estão para acontecer em breve.
Todos estes aspectos são polêmicos, favorecem um grupo de pessoas e desfavorecem outros. E assim funciona a política. É um risco que você deve conhecer e tentar controlar.
Como se proteger dos aspectos políticos: este talvez seja o mais desafiador. Pois o cenário político existe em todos os países e estaremos sempre sujeitos a eles. A forma mais clara, na minha opinião, de se proteger deste risco é diversificando seu patrimônio em mais de uma nacionalidade. A diversificação é uma espécie de escudo. Algumas pessoas pensam até mesmo em mandar todo seu patrimônio para o exterior. Eu, particularmente, não concordo. Acredito que o Brasil, como um país emergente, ainda terá muita prosperidade na economia, o que dará ainda um campo de muitas possibilidades para os investidores. Sendo assim, acredito que comprar ativos no exterior é hoje uma das melhores proteções, minimizando seu risco.

 

Imposto de Renda
Esse risco, apesar de conhecido de quase todos, também é bem perigoso.
Muitos investidores delegam a execução de sua declaração de impostos para terceiros. Outros delegam até mesmo todo conhecimento, não acham importante absorver este tipo de conteúdo. Porém, o imposto de renda pode ser um grande vilão dos seus investimentos, se não souber dominá-lo. Procure estudar sobre isso, entender as regras, como evitar o pagamento de impostos desnecessários (de forma legal, claro). Há um vasto conteúdo na internet sobre isso, e eu recomendo o perfil da Contadora da Bolsa, no Instagram. Bastante direcionado para nosso público.
Como se “proteger” do imposto de renda: conhecendo bem as suas regras e jogando conforme suas regras. Por exemplo, evitar vender mais de R$ 20.000 em ações dentro do mesmo mês, procurar entender os impostos do exterior, caso decida investir lá fora. Buscando ativos que possuem rendimentos isentos de tributação, entre outros.

 

Saúde
É, você não leu errado. A (má) saúde é uma das maiores causadoras de derrocadas de patrimônio. É muito normal, na hora do planejamento de independência financeira, negligenciar os custos no futuro com a saúde. Você sabia que existem milhares de pessoas idosas que sobrevivem somente pagando o plano de saúde? Que os planos para pessoas de maior idade são muito mais caros (até 20x mais) do que para os jovens? É, eu também me surpreendi ao saber que é “comum” pagar de R$ 3 a R$ 5 mil reais em planos de saúde praticamente básicos. E se você não levar isso em consideração na fase de acumulação de patrimônio, poderá estipular objetivos insuficientes para a independência financeira.
Como se proteger do “risco” saúde: aqui não tem muito segredo. Mas, em geral, cuidar muito bem da saúde ao longo da vida, já evita muitos problemas no futuro. Mas nada é garantido. O melhor a se fazer é escolher por um destes dois caminhos: acumular mais patrimônio ao longo da vida, de forma que consiga arcar com as despesas de um bom plano de saúde no futuro, ou acumular mais patrimônio e não ter um bom plano de saúde, consumindo o patrimônio principal ao necessitar dos serviços de saúde, remédios, etc.
Eu vou fazer um combo destes dois caminhos. Minha ideia é morar em um lugar (país ou cidade) que tenha uma boa estrutura de saúde, ter um plano básico que cubra coisas mais urgentes, como acidentes, emergências, internações e cirurgias, mas que não cubra coisas mais simples (e essas vou consumir do meu patrimônio). Assim me livro de planos caríssimos, mas me mantenho protegido contra coisas mais graves. Também tomei ótimas decisões ultimamente sobre a minha saúde e mudei meu estilo de vida completamente. De qualquer forma, procuro acumular mais patrimônio do que imaginava antes, justamente por causa deste risco “escondido”.

Nos próximos posts vou tentar elucidar melhor as soluções e saídas para cada caso.

E você, já parou pra pensar em todos estes aspectos?
Encontrou soluções melhores que as minhas?

Será um prazer poder ler mais a respeito e saber sua opinião.

Um abraço.

6 comentários em “5 fatores pouco conhecidos que podem afetar seu futuro financeiro”

  1. Fala Stark, tranquilo?

    Pratico quase todos os tipos métodos de proteção citados.

    Sobre os aspectos políticos, embora eu tenha começado agora a investir lá fora, sou muito otimista com o futuro do país, afinal a montanha russa brasileira nos deixa estressados, mas ela tende a subir.

    Já sobre a saúde, esse dilema me deixa tenso todos os dias, mesmo sendo jovem (22 anos) fazendo exercício, não fumante, bebo socialmente eu ainda não defini nem entendo bem os custos de saúde no país, como isso me afeta ou afetará, vivo me perguntando sobre a balança de abdicar de parte da saúde mental em busca do aumento de capital.

    Sigo tentando procurar formas de lazer produtivas e que geram felicidade de curto, médio e longo prazo. Graças a Deus eu tenho o Blog e os “amigos” da finansfera pra isto(uma forma de terapia), além é claro de família e amigos próximos. Colocar lazer produtivo e não produtivo(talvez nem deveria fazer isto) em uma balança é complicado pra mim ainda, preciso ser menos ansioso!

    Abraços, Math

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    • Fala Math, beleza?
      Que bom que pratica todos os tipos de proteção! Top.
      Também sou otimista com o futuro do nosso pais, por isso concentro ainda cerca de 75% do meu patrimônio no Brasil.
      Mas, tendo a começar a aportar um pouco mais la fora. Apesar da montanha russa brasileira tender a subir, importante lembrar que ainda estaremos gerando renda em moeda fraca.
      Sobre o que mencionou, nem é somente uma questão de saúde, mas também de viver bem a vida. Sou totalmente a favor, você está certíssimo.
      Obrigado pela visita, um grande abraço!

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  2. Belo post. Basicamente, você elencou todos os riscos a que os investidores estão sujeitos e que, em hipótese alguma, podem ser menosprezados.

    E, se fizermos uma análise detida dos mesmos, notamos que são vários e bastante relevantes. Apenas um deles pode fazer seu plano ir para o brejo. E, lamentavelmente, não temos controle sobre alguns deles. Imaginem que realmente sai a tributação dos dividendos. Imaginem que o governo, em virtude de sua sanha arrecadatória, tribute, mais firmemente, o brasileiro que está levando divisas para outras nações.

    Assim sendo, devemos estar sempre atentos, não só no que atine ao investimento em si, mas a questões de ordem tributária e regulatória. Mas, não pode ser motivo de stress, pois acabará comprometendo seu bem mais valioso, sua saúde (se você tem um problema, pode trabalhar menos, aportar menos, o que redunda em menos patrimônio).

    Cuidado à saúde, em primeiro lugar. E diversificação, seja em moeda, país, ativos (buscando, sempre, os não correlacionados). É o que nos resta.

    Sucesso.

    Abraço!

    Mente Investidora
    http://www.menteinvestidora.org

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